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Registo de Atividades

O projecto prevê a realização de actividades de capacitação temáticas dirigidas aos elementos das equipas técnicas dos GAL parceiros, assim como de outros actores locais dos territórios que estes entendam envolver, na temática dos sistemas alimentares locais sustentáveis.

Neste sentido, serão realizadas duas ações virtuais de capacitação basilar para estabelecer um entendimento comum sobre o sentido das transformações visionadas para os territórios, enformando o desenvolvimento de todas as atividades posteriores, sendo a primeira destinada a quadros técnicos das entidades parceiras e do poder público dos territórios envolvidos, e a segunda para todos os atores relevantes da sociedade civil mobilizados.

A primeira ação terá como objetivo consensualizar uma visão e conceitos sobre sistemas alimentares sustentáveis e resilientes tendo em conta abordagens internacionais reconhecidas e validadas pelos Estados-Membro dos territórios participantes no projeto e construir capacidades de facilitadores territoriais para processos participativos de diagnóstico e construção de planos de ação inter-setoriais para promoção de sistemas alimentares sustentáveis. A segunda ação terá como objetivo formar os parceiros da operação e outros grupos e organizações locais da sociedade civil.

CURSO AVANÇADO EM SISTEMAS ALIMENTARES SUSTENTÁVEIS (SAS)

Durante o período de 7 de julho a 6 de outubro de 2022, foi ministrado em formato online através da plataforma ZOOM, um curso em Sistemas Alimentares Territoriais e Sustentáveis, pela Vagari, Lda., entidade consultora com experiência de trabalho desenvolvida nesta temática dos SAS, em vários territórios quer em Portugal quer em outros países.

Esta capacitação destinou-se aos elementos das equipas técnicas dos GAL parceiros envolvidas no projecto, assim como também foi alargada a outros actores dos territórios com interesse ou intervenção em acções ou iniciativas relacionadas com a dinamização de SAS.

A ação de formação foi dividida em três etapas: i) redação dos materiais de formação; ii) sessões on-line e iii) tutoria on-line.e preconizou atingir os seguintes objectivos:

  • Entender a importância de tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis;
  • Conhecer o estado da arte do debate sobre sistemas alimentares sustentáveis;
  • Compreender a importância e complexidade da boa governança num SAS incluindo mecanismos diálogo e cordenação multi-atores e inter-sectoriais;
  • Dinamizar um diagnóstico rápido do sistema alimentar territorial nos seus territórios de atuação.

Deste curso resultou como produto final um Manual de Formação, assim como alguns trabalhos de grupo realizados pelas equipas dos vários GAL parceiros.

 

CAPACITAÇÃO À DISTÂNCIA EM CONSERVAÇÃO DE RECURSOS GENÉTICOS VEGETAIS

Durante o período de 7 de julho a 6 de outubro de 2022, foi ministrado em formato online através da plataforma ZOOM, um curso em Sistemas Alimentares Territoriais e Sustentáveis, pela Vagari, Lda., entidade consultora com experiência de trabalho desenvolvida nesta temática dos SAS, em vários territórios quer em Portugal quer em outros países.

Esta capacitação destinou-se aos elementos das equipas técnicas dos GAL parceiros envolvidas no projecto, assim como também foi alargada a outros actores dos territórios com interesse ou intervenção em acções ou iniciativas relacionadas com a dinamização de SAS.

A ação de formação foi dividida em três etapas: i) redação dos materiais de formação; ii) sessões on-line e iii) tutoria on-line.e preconizou atingir os seguintes objectivos:

  • Entender a importância de tornar os sistemas alimentares mais sustentáveis;
  • Conhecer o estado da arte do debate sobre sistemas alimentares sustentáveis;
  • Compreender a importância e complexidade da boa governança num SAS incluindo mecanismos diálogo e cordenação multi-atores e inter-sectoriais;
  • Dinamizar um diagnóstico rápido do sistema alimentar territorial nos seus territórios de atuação.

Deste curso resultou como produto final um Manual de Formação, assim como alguns trabalhos de grupo realizados pelas equipas dos vários GAL parceiros.

Esta acção de capacitação à distância decorreu entre 26 de fevereiro e 11 de março de 2024, tendo sido ministrada pelo INIAV-Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, I.P, e teve como destinatários prioritários os técnicos do CIAT – Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica de S. Tomé e Príncipe, dado que é esta entidade a responsável pela caracterização e preservação dos recursos genéticos vegetais daquele país, tendo esta sido previamente identificada no decurso do diagnóstico realizado durante a primeira visista de cooperação realizada na fase de preparação deste projecto de cooperação.

O programa desta acção de capacitação englobou os seguintes conteúdos:

  • Itinerário para a conservação de semente
  • Determinação da viabilidade das sementes e monitorização da qualidade das sementes
  • Conservação de recursos genéticos vegetais
    • Conservação de sementes
      1. Coleção Ativa
      2. Coleção Base

Conservação in vitro e crio

Conservação em coleção de campo

No âmbito do projecto estão previstas actividades e acções de Intercâmbio de conhecimentos e benchmarking entre os vários territórios, que permitam mobilizar e fortalecer o trabalho em parceria e em rede, assim como a partilha de experiências e informações entre os vários agentes territoriais ligados à produção, transformação e comercialização de produtos agrícolas locais.

Todos os atores envolvidos na implementação do projeto ou que participem das suas atividades serão permanentemente envolvidos com base numa abordagem de “aprender fazendo” através da partilha permanente de informação e dos produtos na plataforma virtual e da realização de intercâmbios de conhecimentos específicos, nas áreas de políticas públicas e governança, agricultura familiar, alimentação escolar e saúde, compras públicas, redes de comercialização de proximidade e outras áreas temáticas associadas aos objetivos do projeto. Estes intercâmbios à distância poderão também tomar a forma de webinares com participação alargada, dentro dos temas desenvolvidos na operação.

 

Adicionalmente àqueles intercâmbios digitais, será realizado um intercâmbio presencial em São Tomé e Príncipe (previsto para 2024), complementando e aprofundando in situ o trabalho de capacitação e coaching entretanto realizado à distância para montagem das redes de comercialização em São Tomé e Príncipe e fortalecendo, assim, os laços entre os parceiros, apoiando a própria sustentação da parceria a longo-prazo.

Aquando da ação de levantamento de recursos genéticos relevantes para a segurança alimentar e nutricional em São Tomé e Príncipe e respetiva formação pelo Banco Português de Germoplasma Vegetal, será realizado um intercâmbio entre esta entidade e a sua congénere São Tomense, o Centro de Investigação Agronómica e Tecnológica. Tal ação será aberta ao parceiro local, a agricultores e outros atores locais relevantes

Desta forma, as atividades em implementação em cada um dos cinco territórios beneficiarão, em simultâneo, dos conhecimentos adquiridos nos demais territórios, a partir de ações de benchmarking.

Serão realizados eventos presenciais locais, que permitam apresentar, divulgar e dinamizar a temática do projecto junto dos agricultores e suas organizações, autoridades locais relevantes, lideranças das entidades parceiras e outros convidados ligados a esta temática. Estas reuniões locais visam mobilizar o apoio social, político e operacional necessário ao bom desenvolvimento das atividades previstas no projeto e também promover a apropriação dos objetivos da operação pelos atores locais visando criar ambientes institucionais favoráveis à sua dinamização e sustentação a longo-prazo.

Em cada território, os atores locais relevantes serão mobilizados a participarem no projeto, particularmente os grupos e as organizações da sociedade civil, organizadas em redes, formais ou informais, vinculadas aos temas da segurança alimentar e sistemas alimentares sustentáveis. Nos territórios onde não existam estas redes organizadas serão convidados os atores e organizações representativas dos diversos grupos de interesse (agricultores, consumidores, entre outros) a envolverem-se na implementação do projeto. Todos poderão participar da área reservada ao intercâmbio de conhecimentos.

SEMINÁRIO – “UM DIA À VOLTA DOS SISTEMAS ALIMENTARES LOCAIS”

A ATAHCA na qualidade de entidade organizou em parceria com o Banco Português de Germoplasma Vegetal, Polo do INIAV, no dia 19 de abril de 2023, nas instalações desta instituição em Merelim S.Pedro, Braga, o Seminário “Um dia à volta dos Sistemas Alimentares Locais” no âmbito do projecto de cooperação transnacional SAL.

Este encontro juntou agricultoras e agricultores, associações de desenvolvimento parceiras do projecto, técnicos, investigadores e representantes do poder local, que discutiram a importância de políticas públicas sólidas e consensualizadas entre os diferentes atores, que permitam a transição para sistemas alimentares locais sustentáveis, assente na conservação e valorização de recursos genéticos locais, como forma de valorização da produção local, dos territórios e dos sistemas alimentares decorrentes.

Face às complexas e intrincadas relações entre os múltiplos setores para a sustentabilidade dos sistemas alimentares (incluindo, agrícola, coesão territorial, saúde, educação, turismo…), foi sublinhada a importância de espaços institucionalizados de concertação locais, onde os múltiplos atores negociem, formulem e acompanhem a implementação de políticas públicas multi-setoriais, a partir de estratégias de intervenção partilhadas de promoção dos sistemas alimentares locais. Como sublinhou Paulo Pereira técnico do GAL da ATAHCA e José Mota Alves, Presidente da Direcção desta associação, “é necessário criar um ambiente institucional favorável à transição para sistemas alimentares locais sustentáveis, desempenhando aqui o poder local um papel fundamental.

A partir da apresentação de projetos e iniciativas para a promoção de sistemas alimentares sustentáveis em diferentes territórios (Cávado com Sabor, Cooperar em Circuitos Curtos – 3C, SAL – Sistemas Alimentares, Valorização dos produtos locais por via da gastromonia), de visitas ao BPGV e de oficinas facilitadas pela equipa técnica daquele organismo, foi destacada a centralidade da conservação e valorização dos recursos genéticos, dos territórios, dos seus usos e da sua contribuição para a sustentabilidade ambiental, social e económica dos sistemas alimentares locais. Nas palavras de Ana Maria Barata, Diretora do BPGV, “as novas gerações estão a perder memória sensorial, por isso mais difícil ainda será lutar por paladares que desconhecem, por territórios e sistemas a eles associados”.

A importância da educação alimentar, de “trazer a sustentabilidade para a mesa” e de políticas públicas que reconheçam e valorizem a centralidade da conservação e valorização destes sistemas foi reforçada na mesa de discussão final, onde agricultoras presentes partilharam os desafios enfrentados para produzir variedades locais e fazer chegar aos mercados frequentemente desatentos e hostis às heterogeneidades próprias da produção familiar, e às atuais dinâmicas demográfica e social desafiantes enfrentadas.

O projecto de cooperação transnacional SAL, é constituído por uma parceria dos grupos de acção local da ATAHCA (entidade coordenadora), ADREPES, A2S, LEADER OESTE, PINHAL MAIOR, ADL e associação de S. Tomé e Príncipe ADAPPA, sendo cofinanciado pelo FEADER através da Medida 10.3 do PDR 2020.

 

Em cinco dos territórios paceiros será efetuado, com o apoio do Banco Português de Germoplasma Vegetal/INIAV, um levantamento dos recursos genéticos endógenos e a sua valia para a segurança alimentar e nutricional, incluindo a respetiva composição nutricional. Esta “arca” da biodiversidade atlântica será materializada numa publicação, assim como um plano para a sua preservação e valorização.

Esta informação será disponibilizada para que possa ser utilizada na construção de capacidades dos agricultores familiares, consumidores e decisores políticos. Do conjunto de planos de preservação, emergem recomendações para possíveis actividades de apoio à preservação dinâmica e valorização destes produtos alimentares.

Para este levantamento já foram previamente identificados em cada um dos territórios parceiros, produtos tradicionais agrícolas com um inegável valor genético, agrícola, nutricional, histórico e cultural, são produtos já cultivados por muitas gerações de agricultores, cujas sementes, plantas e árvores tem vindo a ser sucessivamente conservadas, por um cada vez menor número de agricultores, correndo muitos deles sérios riscos de extinção caso nada seja feito para os preservar e valorizar. Estamos a falar por exemplo das maçãs Porta da Loja, Riscadinha de Palmela, Camoesa e Reineta, as laranjas de Amares e Moscatel de Setúbal, os feijões Moleiro e Miúdo, o pêssego Rosa, o pêro Rapinau, o abrunho e os morangos de Colares e do Sobral da Abelheira, o limão de Mafra e a pera Rocha.

A parceria deste projecto incluirá também um conjunto de actividades de dinamização, divulgação e disseminação que incluirão as reuniões de trabalho entre parceiros e de troca de experiências, a criação de um microsite com todos os conteúdos do projecto, gestão partilhada por todos os parceiros e área reservada, acções de replicação e sistematização dos resultados e lições aprendidas nos territórios e sua consolidação em material de divulgação e visibilidade do projeto para disseminação, incluindo recomendações sociais e de política para escalabilidade e apresentação em fóruns e outros eventos de governança nacional e regional, e ainda acções de monitorização e avaliação.